domingo, 24 de agosto de 2014

A loucura de amar.

"O amor é complexo, e ao mesmo tempo simples. Loucura, mas ao mesmo tempo lucidez. Razão, mas ao mesmo tempo emoção. Ele busca revirar sentimentos, descortinar lembranças, reviver momentos - até impossíveis - e acaba repousando a sombra da ilusão sobre a realidade. Chama de solidão aquilo que se traduz por carência, e confunde a distância com a proximidade. É loucura para os sábios, simplicidade para os imaturos. E se for mesmo uma loucura? É uma loucura que pretendo abraçar todos os dias da minha vida. Guardarei esta loucura comigo, não no bolso ou no guarda-roupa, mas no coração."

Leandro Pereira

A vida é curta? Curta.

A vida de muita gente perde o sentido quando vem à tona a brevidade da nossa existência. Muitas pessoas se questionam: “Por que a vida é tão curta?”. Eu vejo essa questão da curtabilidade da vida de um jeito diferente. Você já parou pra pensar que a vida dentro de você pode ser bem mais longa que fora? Nem sempre uma vida farta de dias é sinônima de uma vida produtiva e excelente. Há pessoas que vivem sob uma ansiedade tão grande que os dias dentro de si correm como semanas. A pressa toma conta de seus corações e o mundo a sua volta vai se fechando, sem pontes, sem portas, sem janelas, somente muros de aço. Essas pessoas precisam acender velas na expectativa de dissipar a escuridão de suas emoções, mas se dissipam, é por pouco tempo, afinal de contas, o tempo é um atleta no mundo dos tais. Não têm brilho próprio. Por outro lado, há pessoas que colocam no bolso o amanhã e preferem dançar a valsa do presente. Não vivem sob a correria do mundo atual estressante. Não derramam suas preocupações em cima de coisas fúteis. Antes preferem abraçar os grandes valores da vida e carregá-las não no bolso, mas no coração. Não precisam de velas, pois nelas residem brilhos que alumiam até a escuridão dos outros. Sendo assim, a curtabilidade da vida é uma questão de escolha. O tempo pode ser um corredor lá fora, mas aqui dentro eu tenho a capacidade de fazê-lo andar de muletas. A vida é curta? Se pra você ela está sendo, trate de prolongá-la arrumando a bagunça dentro de si.

Leandro Pereira. 12/10/2013

Encontros e Desencontros.

Encontros, olhares, abraços, sorrisos, desencontros. Assim é o efêmero ciclo vital. Basta apenas um aperto de mãos e uma troca de olhares especiais pra que os vazios da solidão se preencham. Basta também que simples olhares se separarem, para que os mesmos vazios tornem à sua essência. Nossa passagem à esta transitória existência assemelha-se muito com a cadeia alimentar, não referindo-me as relações de alimentação que os seres estabelecem entre si, mas às interações dos pequenos detalhes que dão sentido a nossa vida. Sim, os detalhes têm relações mutuas, e é essa reciprocidade de pequenos eventos que constroem histórias espetaculares e inéditas.
Os encontros mais simples e esplendidos do dia não acontecem por acaso, pelo menos assim eu acredito. Por trás do desprezível escondem-se valores inestimáveis. Se uma folha ressequida é avistada num campo, o observador de imediato saberá que assim se sucedeu por fatores da natureza. O vento à derrubou da árvore, e em seguida, com o passar do tempo, envelheceu-se e perdeu sua cor devido à perda de clorofila e fatores que à mantêm viva. Ao observá-la atentamente, a realidade do fim da vida poderá irá invadir os pensamentos e levar o observador a lembrar de que um dia tudo irá se esgotar. Para um belo encontro, é preciso estar na hora certa e no momento certo, mas antes disso, talvez seja necessário encontrar-se consigo mesmo, e encontrar um novo mundo e treiná-lo para a dor do desencontro. 

Leandro Pereira. 16/10/2013

A Metamorfose da Vida.

A lagarta, ou larva, saí do ovo da borboleta. Come e cresce rapidamente, antes de passar ao estágio chamado "crisálida", durante o qual não alimentará. A Borboleta adulta surge da Crisálida. Neste ciclo biológico, o desenvolvimento do ovo ao "adulto" se processa através de varias mudanças de formas. Estas mudanças chamam-se "Metamorfose" (mudar de uma forma para outra).
Semelhantemente, ao experimentar o processo de "metamorfose vital" estamos abertos a mudanças e inovações em nosso ciclo de vida. Chorando e sorrindo, perdendo e vencendo, acertando e errando, nutrindo dores e felicidades. Nossas experiências marcarão para sempre nossas histórias, acrescentando paciência e coragem a nossa personalidade.

Leandro Pereira.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Transformando a solidão em poesia.

A solidão é um espelho interior que é visto sob vários olhares. Há quem afirme que é um sentimento de abandono, outros, de carência.  Há quem diga que se iguale à saudade, outros, à ausência de pessoas importantes. Há ainda quem ache que se trate de um vazio emocional do que não se sabe explicar. Talvez seja, eu não sei. No meio de todas essas definições, existe algo mais forte que me faz acreditar que realmente isso reflete em um sentimento de abandono, seja ele intencional ou não. Um abandono do nosso próprio "eu", do ser humano carente que nós somos. Quem sabe essa coisa que a chamam de solidão seja simplesmente a falta de encontro com a nossa essência.


Leandro Pereira- "A mágica das letras"