Eis que surge em meio ao vilarejo um jovem
poeta, ele viajava o mundo espalhando sonhos, seu olhar negro de pupilas
brilhantes, transmitiam uma beleza jamais vista em alguém daquele lugar. Para
os estranhos ele era um mistério. Nas noites escuras, ele costumava ouvir o som
do vento soprar as folhas das árvores, admirava a imensidão do céu estrelado, e
viajava em um mundo surreal. Mundo este que fugia da sua realidade, pois ele
também era um colecionador de lágrimas. Diferente de muitos que costumavam
regar os jardins de belos roseirais, aquele poeta viajante tinha o seu próprio
jardim, seu jardim também tinham rosas, não rosas comuns, como costumamos vê,
eram "rosas de papel". Ele mesmo as faziam , bastava apenas ter dois
guardanapos em mãos. Suas rosas eram regadas com lágrimas, e cada uma tinha uma
história diferente, aquele poeta depositava em cada rosa seus sonhos, projetos,
dores, esperanças. Cada rosa sabia de um segredo do poeta, pois nos momentos de
solidão quando as tecia, ele dialogava com cada uma. A cada pétala uma lágrima
rolava em seu rosto. No seu jardim estavam depositados milhões de sonhos, de
histórias, verdadeiras lições de vida. Mesmo cansado de receber da vida tantas
rasteiras, o viajante protegia seu frágil jardim dos fortes temporais. Era teimoso, ele vivia expressando seus
sentimentos em rosas de papel.
By: Gideone
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