Janela da Saudade

Dia frio numa manhã de setembro,  o nevoeiro cobre a pequena cidade. Olho da janela do meu quarto, no 13°andar do apartamento onde moro. Parece que o dia está de luto. De repente ouço o barulho do vento arremessar à janela que está entreaberta. A brisa fria daquela manhã entra sem pedir licença. Assim é essa saudade que chega de repente na minha vida, entra sem ao menos perguntar de forma gentil se é bem vida, se pode ficar. Tenho saudades dos sorrisos que me encantaram, do olhar sincero e cheio de mistérios, tenho saudades de ouvir tua voz, tenho saudades das palavras que por inúmeras vezes me silenciaram, sinto saudade da tua forma simples  que me enchia de carinho e cuidado. Sinto saudades de me sentir amada, sinto saudade de ter momentos de atenção, sinto saudades de conversar abertamente sobre meus medos, sinto saudades das tuas gentilezas, sinto saudades do teu jeito e da tua forma de me amar. Sinto saudade do toque das tuas mãos, nunca gostei de barulho, mas sinto saudades do teu sorriso, [...] Sinto saudades desses momentos que fizeram parte das coisas já passadas, e não sei mais se boa parte destas foram reais ou sonhos. A melancolia que foi minha vida sem reclamar também do carinho que existiu, fico tentando juntar o antes, o agora e o depois. Você me esquece e some, não sabes que posso me interessar por outro alguém ?!
Talvez, saiba que não, caso o contrário não colocaria tantas palavras, tão cheias de sentimentos que remetem a falta que tu me faz, sabes também o quanto olho pro nada pensando nos teus abraços, nas tuas poucas falas, no insuficiente que se tornou tanto quando nada se tinha, aliás ...
Que eu tinha, tive por muitas vezes tudo, Oportunidades de sentir arder no peito algo diferente que os Homens Não Podem entender ...
Talvez saudades seja expressão da falta do amor que o outro nos dar sem nada nos doar, apenas sua existência faz diferença em nossa vida como ninguém mais pode fazer. Ah!Isso também é amor.


By: Gideone Félix/ Lucas Nascimento